quinta-feira, 29 de abril de 2010

A vida me abraça

Observo o mundo ao meu redor. Meu pensamento se revela em escolhas. Sou eu a escolher como quero estar hoje e o que posso fazer por mim daqui pra frente. O tempo passa e a cada dia sinto como se renovassem todas essas certezas. Morreram tantas coisas, nasceram tantas outras, e assim aprendo sobre mim e as pessoas. Domino meus dias, concentro meus sonhos e vivo na irremediável agonia de saber como será. Eu não perdi os sentimentos à beira do caminho, eles habitam ainda em meu peito que esperançoso ama, apenas ama. Olho meu sorriso no espelho e a lágrima que às vezes teima, faz apenas recordar que é preciso viver em plenitude. É preciso aceitar a liberdade que nos faz livrar a alma que tantas vezes viu-se acorrentada às velhas decepções que nossos olhos enxergavam, mas o coração cego, não aceitava. Hoje, não há exagero nos sentimentos, pois a vida não é feita de exagero e sim, de equilíbrio. Vivo um dia de cada vez, num tempo infinito. A vida me abraça quando o tempo para diante de motivos valiosos e simples que hoje me fazem ser o que sou. A vida me abraça quando junto a você eu estou.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quente


...E o meu corpo a se queimar por ti...
e a minha alma a se queimar por ti...
e a minha mente a se queimar por ti...
e aminha inteligência a se queimar por ti...
e o meu desejo a se queimar por ti...
e o meu tempo a se queimar por ti...
e a minha libido a se queimar por ti...
e a minha garganta a se queimar por ti...
e a minha vontade a se queimar por ti...
Por ti...
Ei de dar-te em troco todo esse calor que me incendeia:
E queimar-nos-emos juntos para renascermos como a fênix:
Infinitamente, queimando-nos e renascendo:
Seja em pensamento, seja em atos...


Em resposta:

A alma queima absoluta
diante do desejo exagerado
contido num olhar só nosso.
Sinto o gosto e o jeito do beijo
mesmo distante da boca
que olhar eu já nem posso.
Devora-me os sentidos todos
como a fome insaciável,
que consome o corpo e a alma
onde habita o desejo em febre
que perturba e a traz calma.

[Jacque]

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Floresço

A alma serena está imersa agora
na primavera de todos os sonhos que já tive.
E assim floresço a toda hora
para que teu amor sempre me cultive.

sábado, 24 de abril de 2010

Repentino ódio


O ódio é um atalho a parte nessa minha caminhada, às vezes, eu erro a rota, mas, logo estou de volta ao caminho certo. Os olhos já são outros, o que vejo agora é a expressão máxima da verdade e dos sentimentos agudos. Vejo um caminho onde posso tocar a terra com os pés, sentir o cheiro das flores e a presença cativa da felicidade. Mas, o trauma e a lembrança dos dias que deveriam ser esquecidos me assolam, por ligeiros instantes. Eu tenho que escrever sobre isso, pois só assim, curo-me aos poucos.

Falta algo? Falta rasgar as palavras de forma ofensiva? O quê falta? O quê me incomoda? Justo eu meu bom Deus, que a nada me prendia? Livra-me disso, por piedade eu lhe peço! Livra-me! Até quando as sombras desse passado que nem existe mais, irão cobrir alguns momentos meus? Só eu sei as respostas. Eu só queria dizer da dor que todos sabem quando se é enganado e quando a vida para em favor de uma ilusão. Póstuma ilusão. Não sei o quê seria de mim se não tivesse alguém segurando a minha mão. Não sei o que seria de mim se não tivesse as palavras de quem pela mesma dor passou...

Eu não sei o que seria. Infeliz é aquele que no alto das palavras tão polidas, julga-se sabedor do sentimento. Nada, não sabe nada, nem nunca soube. Valeu à pena, porque na vida tudo vale. Valeu, pois eu conheci em verdade como são algumas pessoas e até que ponto elas são capazes de brincar com sentimentos. A vida é mesmo um aprendizado. Preocupei-me com outros depois disso, e vi que nada adianta, pois a vida de cada um é única.

E a minha vida (única) encontra agora a paz, mas ainda há uma mancha pequenina na minha bandeira branca, e eu sei que somente eu, irei dar a ela a alvura tão necessária. Eu sei, eu sinto... Eu sou maior que tudo isso. Eu tenho quem me faz enxergar a vida e não mais possibilidades falsas. Eu tenho a mim, eu tenho você e tenho vocês, meus ilustres amigos do blog, que sei que assim como eu, precisam escrever sobre aquilo que às vezes, atormenta a alma. Eu sei, não tenho aqui belas palavras nem rimas, mas, um desabafo sincero sobre um “repentino ódio”... É isso.

Já passou... E a cada dia passa mais rápido. É como um vento repentino, nada mais que isso.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O que não tem perdão...

Perdoe-me a distância:
É preciso!...
Quanto mais próximo,
Mas próximo te quero
Mas próximo fico
Mais próximo necessito ficar...
Se olho seu rosto,
Perco-me
Os cabelos emoldurando a face...
A própria beleza se concretizando em forma de mulher...
Perco-me...
Mergulho no profundo dos seus olhos
E quando me dou por mim,
Eis que já estou prestes a te tocar.
Perdoe-me
A impulsão é o natural dos que apreciam
E percebem que estão próximos,
O suficiente para tocar
Perdoe-me...
Porque seu cheiro me embriaga
Tira-me o tino
Atrai-me como o Norte
Teu cheiro é o meu norte
É o Norte do meu desejo
E eu estou novamente me contendo
Perdoe-me
Sei que não deveria me conter
Sei que deveria ser mais forte
Sei que deveria apenas disfarçar
Ah. Mas como sou fraco para essas coisas,
Quando na sua presença!
Perdoe-me
Pois tenho que me furtar a sua voz
Seu timbre me hipnotiza
É canto de sereia
E você é sereia sem mar
Porque o mar do seu canto se perde no oceano de sua graça
E eu me afogo nessa graça...
Mergulho mil vezes
Outras mil vezes mergulharei
Perdoe-me...
Eu te uso,
Depois fujo
E volto
Tomo-te para mim
Tenho-te só minha
Trago-te em meus olhos
Ouvidos
Narinas
Mente
Alma
Coração
Perdoe-me
Sou um monstro
Um pirata
Um salteador da sua beleza
Perdoe-me
Ponho-te
E te tiro,
O tempo todo,
Da minha poesia.
Perdoe-me
Pois você não é mais você
Você agora é poesia
É minha poesia
Perdoe-me, mas eu só queria escrever,
Com tudo isso,
Que você é minha...
Minha dona,
Minha pertence,
Minha metade,
Minha festa,
Meu deleite
Meu dia
Minha noite
Meu riso
Meu perder o siso
Minha demência
Minha linda...
Minha Rosa
Ô, Rosa Linda,
Dá-me um riso, dá?.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Das coisas que valem à pena...

Para além dos dias deixo escritas as nostalgias,
finalizadas em folhas de papéis encardidos .
Não sei mais ver cores no que passou,
mesmo sendo ontem um dia colorido.
O ontem morreu.
Adoeceu da noite para o dia.
Nenhuma fé o ressuscita.
Mas, tudo está aqui tão vivo!
A filarmônica dos pássaros.
A luz comum e boa.
As nuvens alvas do céu;
o desenho das árvores;
O perfume das flores;
e o Divino em onipotência.
Dentro de uma caixa, tenho novos papéis.
São eles ainda virgens.
Escrevo então uma nova história, todos os dias.
E assim, vou sossegando...
Porque eu quero pensar logo ao nascer do dia:
“Como é lindo o meu presente! Não é de ouro
nem de prata, mas vale mais que tudo!


* Por que as pessoas complicam tanto a vida?

domingo, 18 de abril de 2010

Meu mundo, minha rima

O espírito do tempo pisa no chão dessa existência
vagueando no mundo singular da poesia mansa
onde não há substância, pois nela impera o abstrato.
Vou dizer do mundo.
Mundo? Que mundo!?
O mundo onde a claridade aniquila até o tédio mais profundo
e faz revelar aos sons cativos do vento a voz inquieta
de menina, mulher ou de poeta.
Tudo se iguala num cingir de estrelas,
pacificando os dias de horas desgarradas
movendo o coração que habita sem fronteiras
nesses infinitos sonhos de paisagens codificadas.
Bendito verso meu que como as nuvens do céu se dispersa
e faz chuvas no meu mundo que não tem dono,
onde a palavra viva na alma está imersa
em cada rima que no virgem papel eu abandono.

sábado, 17 de abril de 2010

Oscilantes sentimentalidades

Já não me basta somente olhar os girassóis sedentos pela luz.
Eu quero abraçar o brilho da intensidade e me comover com isso.
A chuva torrencial das minhas lágrimas diluiu todas as ilusões.
Faço uso do riso fácil agora em verdade destemido.
Meu orgulho vaidoso já não comporta oscilantes sentimentalidades.
Cansei da normalidade abusiva.
Quero é gritar do alto da montanha para que os pássaros ouçam:
- Vida, eis me aqui!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Me abraça, me aceita...



Só você me deixa ser como eu sou e isso me faz um bem enorme.

Só porque te olhei

Outrora em virtude me fiz como se tocasse o céu
Era eu uma pluma desprendida a preencher o espaço vago
Dessa longínqua imensidão a qual me dei em completude
E voei todo esse infinito como quem nunca teve asas
Tive diante dos olhos as candeias luminosas antes tão distantes
Carreguei nos lábios o sorriso certo e esperado
Sorri como se ninguém entendesse ou tivesse percebido
E então, vivi mil anos de uma vida em apenas alguns instantes...
... E isso tudo se deu, só porque te olhei.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A paz que almeja os inquietos

Das minhas falhas eu diria se fosse solto o verso frágil,
que às vezes, nem creio ser eu a riscá-lo nos papéis.
Os papéis são perigosos, pois a alvura nos cega.
Dá liberdade a nossa mão sedenta.
Dá-nos coragem e aflição ao mesmo tempo,
e ao fim, a paz que almeja os inquietos.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Somos vagalumes



Não estamos mais a sós
ao brilho nosso, do sol, ou da lua,
somos próprios em nós.
Somos vagalumes
que iluminam o caminho.
Não estamos mais.
Não mais calados,
não mais sozinhos.
Temos agora, repleto o peito.
Eu e você, seres alados
voando num céu inventado
que é nosso por direito.


* A poesia e a música dominam meus sentidos. Não sei escrever sobre mais nada que não seja o quê sinto tão verdadeiramente em meu peito. Estar diante da simplicidade das coisas é estar em paz. A paz que me não mais me abandona, pois caminho na luz e não mais nas trevas. E isso se dá, não por quê alguém especial tenha me feito enxergar toda essa simplicidade, mas, por mim que aceitou abrir os olhos.

sábado, 10 de abril de 2010

Delírios de amor



Percepções

Avanço o escuro e crio minha própria luz.
Vejo todo esse igual rotineiro de maneira diferente.
Guardo um espaço recriado em meio aos desenganos do passado.
Busco uma alegria solta em sorrisos mágicos fulgurados por estrelas maiores.
Saio de mim como se existissem outros caminhos, mesmo perdendo-me no meio da estrada.
Cansei do pesar das horas frias e dos apelos esquecidos entre quatro paredes.
Paredes brancas e sempre iguais, como minhas falhas repetidas.
Sigo minhas escolhas, e o medo de antes, não mais acorrenta meus tornozelos.
Sou tão entregue ao que sinto que já me vejo no egoísmo absoluto desses sentimentos que jamais se explicam.
Deixarei que as palavras me comovam e o que os ventos guiem meus descompassados passos estreitos.
Não medirei meus dias nas expectativas tolas dos sentimentos falsos, nem despertarei ilusões póstumas.
Serei a minha loucura de sempre, não mudarei meus acasos em favor de outros que dizem ter a cura para minhas insanidades.
Sigo ilesa, e agora, não mais sozinha.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Eu-em-ti


Eu-em-ti

ela trás alívio
não imediato
mas paulatino...
a princípio, um ribombar no coração
frêmito n’alma
discreto tremor nas mãos
sinto aconchegar-me um terno calor
como uma mão que afaga
que acalenta
que mima
que me acalma:
são seus olhos a pairarem sobre minh’alma
a acalentar minha mágoa
alentando minha dor
que dói
nem sei por quê...
pois a tenho
tal como tenho o universo
que
com o espírito
abraço
num segundo...
e
com os olhos
perco
na curva infinita
desse infinito mundo...

faz de mim:
menino-homem
criança mimada
de Rosa-ladrão

dá-me:
teu mel-sabor
tua voz-canção
teu perfume-odor
tu’alma-coração

estraga-me-consertando
concerte, no mundo
nossa canção
que só os ouvidos surdos auscultam
ao som do vento morno
vindo do timbre de um pássaro
no compasso
do coração

********************************
Eu, pessoa inquieta
Trago a paz que te alivia
da mesma dor que me afeta.

Eu, Rosa por tua vontade
vejo o tudo que ninguém vê:
Vejo teu rubor contido
na face que sorri
nos olhos que devoram
sem pressa ou receio
o meu eu que está em ti.

E faço-me:
vento que enverga folhas novas
flores, luz e pensamento.

E sou:
Mel na tua boca,
canção que te acalma;
perfume que te envolve;
Coração que te faz alma.

Vida

Vida
Há muito o que ser escrito...


A quem siga vivendo de alegria ou agonia... Eu sigo vivendo da minha alegre e agonizante poesia.
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