domingo, 29 de novembro de 2009

Enquanto tu dormias

Um feixe de luz se debruça sobre os pinheiros. A terra emana o cheiro ainda recente da chuva da noite passada. Alguns pássaros saltitam nos galhos brincando com as folhas das árvores. O dia vem de braços abertos, acalentando todos os detalhes que gosto, desde o ressaltar das cores das rosas ao imponente jequitibá moldurado pelas folhas da nova estação. Encontro-me nesses traços, refaço-me no brilho celeste que banha meus olhos dando-me vida, oferecendo-me possibilidades. A vida é tudo isso que vejo agora. O amor, o entendimento maior e a compreensão de qualquer desacerto.Tu és meu barco nesse mar de pensamentos.

Amo-te tanto, e nessa simplicidade grandiosa do que sinto, ouço a melodia mais harmônica, vejo as paisagens mais lindas, porque faço da minha vida poesia e sentimento. Exageradamente sinto, e tu sabes disso. Sinto teu abraço nessa hora, quando lentamente teus braços me tocam, pedindo-me esse carinho só nosso: Eu amo você. Tu me amas? Então sorrio, e digo-te, olhando nos olhos, os versos que escrevi, enquanto tu dormias:

Ao passo que essa luz contempla o nascer do dia,
meus olhos perseguem o seu tranqüilo sono.
Vejo-te como o mar respirando em calmaria,
e tenho em mim, a única certeza: Tu és o homem que eu amo.

sábado, 28 de novembro de 2009

Aqui te amo


As cortinas bailavam ao ritmo do vento que anunciava a tempestade. Deitada na cama eu ouvia ao longe os uivos entrecortando os galhos secos onde as últimas flores de outono se desprendiam. Fecho a janela. A casa está fria e a luzes das velas fazem sombra aos móveis gastos. Olho algumas hortênsias já desfalecidas em um vaso de cristal que ganha um tom amarelado quando deixo em sua companhia o castiçal que me acompanha pelos corredores. Sento na poltrona de veludo, agarro meu livro de poemas e fico a viajar nos versos que tantas vezes foram nossos aliados em noites como essa.
Divago a lembrar teus olhos languidos quando lias em tom compassado, docemente enamorado de cada estrofe que fluía ao som desse acordes que os embalavam. Lembro-me de como tu sorrias ao ler meu poema predileto, dizendo-me sempre mesma coisa: - De novo, meu amor? E depois recompensavas afirmando que leria mil vezes se assim fosse, só para ver meus olhos sorrindo de satisfação por aqueles versos. A poesia era nosso alimento, o amor nosso guia em todos os momentos. Não há um dia em que eu não relembre os teus gestos, gostos, defeitos e qualidades.
Não há um único dia mais importante do que todos que estive ao teu lado. Tu foste a descoberta mais linda, o beijo mais esperado, o abraço mais sincero e o sorriso mais doce. Lembro-me da lareira que aquecia nossos pés gelados quando nos jogávamos no sofá, procurando um ao outro para fazermos amor à nossa maneira intensa e única. Lembro-me das taças de vinho ao chão e das rosas que tu sempre colhias à tardinha e trazia nas mãos o cheiro novo de cada uma. Tuas mãos. Nada era mais sublime que tê-las em mim. Quando me pedias silêncio, colocando os dedos em meus lábios: - Xiiii! Tu falas muito, beija-me! Somos tanto. Ainda somos. Veremos-nos em breve. Ainda te amo, e, deixou-te aqui, os versos que sempre o trazem de volta pra mim:

Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforesce a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.

Define-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui eu te amo.

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velhas âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Minha palavra exata

Minha palavra exata pulsa diante da folha branca,
onde a alma anseia a liberdade do meu ser.
Nesse trívio caminho, basta-me uma única escolha:
-Escrever –

Na mão a palavra nasce, cresce e viceja.
Como a verdejante amoreira que acolhe o vento.
Como os nimbos que desenham para que eu veja.

A palavra jamais é vazia ou breve.
Pra que tê-la então, se ela a ti, nada serve?

Nós poetas diante a glória invejável da escrita,
somos tão só o sentimento revelado com fervor
através da verdade mais pura, intensa e bonita:
-O Amor-

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Das rosas que colhi


Colhi as rosas esta tarde para contemplar delas a beleza.
As deixei junto aos versos pra que tu saibas do meu amor.
Enquanto as cores serenas se matizam a luz da vela acesa,
respiro estes ares solitários que ao peito trazem uma antiga dor.

Gosto dessas horas que faço companhia a estas flores.
Sou quem sabe um delas a espalhar o belo e o espinho.
Sou quem sabe aquela que jamais viverá os seus amores.
Sou quem sabe essa ânsia desmedida de carinho.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Delírios poéticos

Abandona em meu corpo teu beijo apaixonado.
Contempla minhas formas através das sutis cortinas.
Desenha-me em teus olhos como estátua de mármore talhado.
Faz-me pertencer a tua boca no desejo das horas repentinas.

Detenha-me em tuas mãos como a Vênus despida e palpitante.
Traga-me o êxtase do mais puro vinho já consumido.
Faça de mim a harmonia de toda sinfonia existente.
Sinta-me como quem aos céus já tem subido.

Beija-me como quem procura água em desespero.
Domina minha alma com teu corpo flamejante.
Desvenda-me, desnuda-me por inteiro...
Sinta o beijo dessa boca delirante.

Faça-me em mil suspiros de carícias mais intensas.
Conte-me teus desejos guardados ao pé do ouvido.
Deixe nossos corpos bailarem nessa dança,
onde o ritmo é o som insaciável do nosso gemido.





sábado, 21 de novembro de 2009

Nossos versos


Por amor aos olhos teus, esse coração que a existência consome,
deixa-te versos mesmo depois de passada a doce primavera.
Troco a lágrima pelo riso e sigo a dizer eternamente teu nome,
junto a essa lira de amores que minha alma de venturas te espera.

Deixa-me dizer-te amor, dessas noites que no leito já deparo,
debruçada aos teus pés irei velar teu sono calmo e singelo.
E mesmo que seja o mundo nessa hora um desamparo,
dou-te de toda fé que tenho e do amor que é nosso elo.

Meus incógnitos desejos deixam as horas estéreis no infinito.
Não há em mim delírio maior que ver-te acordar com um sorriso.
E se nada mais hei de dizer a outros o que eu sinto,
Direi somente a ti, que ganhei asas e no chão eu já nem piso.

Tu és o colibri que repousa no frouxo véu de tarde desfolhado.
Tu és dono de todos os versos meus somente a ti escritos.
E mesmo que um resvalo de lágrima tenha a tua face apoderado,
irei fazê-lo crer que essas, já não possuirão teus olhos tão bonitos.

Nesses versos um beijo de alma suspirosa eu lhe trago,
Para que tu saibas que o sol ainda brilha no caminho.
Irei dizer-te que és meu céu e eu sou teu manso lago,
e dou-te a mão pra que tu saibas que jamais seguirás sozinho.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A luz

Uma luz rutila no celeste azul do firmamento
ao passo que as nuvens se desenlaçam
numa dança fiel junto aos pássaros em liberdade.
Nesses oníricos presságios, meus medos se alcançam.
Aos tragos amargos e míseros, bebo os lamentos.
Enquanto se alastra no peito a dor infeliz de uma saudade.
Tenho a alma de retalhos onde um grito exalta minha dor.
E nesses brados de agora nada mais cerra minha vontade.
Sou passageira de um tempo que desgarrou-se dos ponteiros,
Venho ao encontro das alvoradas edificar um castelo de paz.
Tenho as vestes brancas da luz que um dia sanou minhas feridas.
Caminho entre as brumas frias que entrecortam árvores antigas.
Encontro o sol em meio a essas névoas frescas permanentes,
para bendizer em santidade de outros tempos de lamúrias,
aos olhos dos que ainda são descrentes.




Soneto de mansidão


Pouso meu semblante calmo em uma nova paisagem.
Minhas inquietações das noites de insônia não mais vigoram.
Sou a poesia grata aos meus olhos de miragem,
e o rubro sereno vívido das rosas que afloram.

Pairo sobre uma primavera de rara imensidão.
Não recorro aos desamores e nem aos vãos dizeres.
Meu ermo agora povoa-se de mim em vastidão.
Completo-me nos meus intensos quereres.

Como o plácido lago que espera o toque do vento,
acalmo o meu vago respirando o amor que tenho,
seguindo como quem vive somente de acalento.

Tenho a alma calma dos dias de mansidão.
Sigo escutando o eco dos meus passos,
Como quem escuta o destoado coração.




segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Después de todo te amaré

O telefone toca umas três vezes, sei que és tu. Meu coração perde o compasso, minha respiração acelera-se, respiro fundo e atendo. Finjo sorrir ao telefone, para que sintas que estou bem. Mentira. Tu logo percebes que não é nada disso, mesmo assim, finjo. O cumprimento como o de costume, digo que está tudo bem e pergunto sobre ti. Tendo não absorver o sussurro da tua voz macia e gostosa, apenas escuto, deixo passar pelos ouvidos. Tento fazer isso a princípio, mas, não consigo.

Aos poucos, tu me envolves, dizendo-me das coisas de antes, da tua saudade e da imensa vontade de estar comigo. Pede-me para que eu te cuide, fala-me da estranheza do que somos, e de que me ama e me odeia ao mesmo tempo. Apenas ouço, e minha vontade nessa hora é ofendê-lo, dizer das mágoas e das lágrimas. Tendo falar, mas, tu não me deixas:
- Cala-te! Cala-te!
- Sim, calo-te com um beijo meu.

Fecho os olhos e ouço tua voz ao meu ouvido. Fico a imaginar tua mão em meu corpo e uma vontade queima-me por inteira. Sinto tua respiração ofegante dizendo-me:
-Ama-me! Ama-me, por agora!

O que somos? Loucos? Confirma-me isso pelo menos, pois se assim, louca eu sou, não há outra maneira de não amar-te. Amo e não sei o que somos e nem o que seremos, mas eu sei sobre tu e tu sabes sobre mim. Ama-me e odeia-me. Faço o mesmo por ti. Acolha-me em teus braços, por esta noite e não uma vida inteira. Sem promessas. Viver o que somos é o que importa. Faça como sempre, sussurre baixinho:

Después de todo te amaré
como si fuera siempre antes
como si de tanto esperar
sin que te viera ni llegaras
estuvieras eternamente
respirando cerca de mí.

Depois disso, peço que me espere, logo estarei chegando.

domingo, 15 de novembro de 2009

Desespero de quem escreve


Onde termina cada linha recomeça outro desespero.
Sou agora assombrada pelas palavras e as lembranças que desenterro.
Fragmentos completos da desordem métrica do erro.
Inútil é tudo isso que eu escrevo!
Vejo o talhe feito no papel pelo ruim da minha mão.
Ferida aberta que sangra da tinta que aos versos dão.
Condenei-me a viver nesta maldição.Rima maldita!
Não percebes minha sofreguidão?
Sem rima vou riscar qualquer papel
E alguns irão dizer que fiz poesia.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Segredo


Sentir solidão a dois.
Sentir tanto ao ponto de extasiar-se.
Sem culpas ou promessas.
Culpas não existem.
Promessas jamais se cumprem.
Ser livre é prender-se num segredo.
Num beijo roubado.
Num canto só nosso.
Sentir solidão a dois.
Fazer de dois um só.
Dividir um medo.
Não saber como agir com as mãos.
Tocar um corpo aflito.
Esquecer os olhares frívolos.
Dias e horas,
sermos insensatos com a razão.
Dou-te um segredo.
Devolva-me outro.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009


A Maçã
Raul Seixas

Composição: Raul Seixas / Paulo Coelho
Se esse amor
Ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor
Vai se gastar...

Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais...

Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar preso
Que nem santo num altar...

Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais...

Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar...

Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais...

Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar...

Sobras

Tudo que sei de mim resume-se agora em um pranto.
Eu posso ser um pássaro ou mesmo uma flor pequena.
Eu posso transcender minhas loucuras numa folha em branco,
mas somente eu sei dizer quando realmente vale à pena.

Hoje é um novo dia.
E assim, ainda mais me afasto.
Mesmo que em versos eu muito tenha gasto,
ainda sobra-me um amor de maior valia.



quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Fruto azedo


Faço poesia lembrando-me do doce sal da tua boca.
Recorro a uma prece vã.
Que me adianta dizer-te desta agonia?
Se agora experimento o gosto podre da maçã.

Escrevo como quem navalha-se.
As palavras esbarram-se umas nas outras,
Implorando liberdade.
Voa palavra minha! Inverta meus sentidos!
Porque só tenho tido,
o gosto do fruto azedo da infelicidade.

Fruto azedo. Gosto de nada. Verso eterno.
Concordo com Bukowski:
“O amor é mesmo um cão do inferno”

Derradeiros versos

Mesmo gritando, calo-me diante dessa ainda acesa chama.
Em atalhos mais escuros irei achar outros caminhos.
É infinita a dor do peito daquele que somente ama.
São martírios provocados pelos mais duros espinhos.
Enquanto na pureza do papel, um verso triste só reclama.

Amar e sofrer, ainda que poético, é padecimento sem fim.
Desculpem-me, não sei achar outra maneira nobre,
a não ser traçar nestas linhas, a verdade sobre mim.

Fim.

Mísero destino.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Versos insignificantes


Eu vi um desacerto d’alma,
e sorvi o sal da lágrima que chorei.
Perdi o restante da minha calma,
ao relembrar o quanto amei.

Como pode a insensibilidade deixar tamanho fel?
É como cantar o amor, sem saber o que é,
e viver no inferno pensando ser o céu.

Vou deixar as manchas nódoas pra que eu veja.
Pois, meus olhos clamam que eu enxergue.
E mesmo que em meu peito o amor ainda esteja,
Vou gritar mil vezes até que eu negue.

Não sei odiar, nem sei fazer uso de vãos sentimentos.
Deveria eu aprender a não ter coração,
e maldizer mil vezes teu nome em lamento,
só para que saibas o quanto dói uma desilusão.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Simples assim

Nada mais que uma poesia nua.

Um nada.

Uma queda irreparável.

Uma verdade crua.

sábado, 7 de novembro de 2009

Ao tempo que somos

Vivo a margem isolada no canto esquerdo aonde ninguém chega.
Mesmo assim, faço-me aqui sempre presente aos que se ausentam.
Preciso contar as horas de maneira segura e recorrer ao meu tempo.
Um tempo carregado em asas de pássaros e sopro de vento.
Eu sou tão necessária a mim, que me torno duas.
Olho do alto o tempo que discorre e os outros que caminham logo abaixo.
Caminham sempre iguais, a passos longos ou curtos, mas sempre do mesmo jeito.
Eu aqui pairando entre estas nuvens fico a imaginar sempre em reticências.
Há em mim um gosto por coisas abstratas e metafóricas.
Enquanto os outros são feitos de começo, meio e fim,
eu apenas desenho no chão um começo para que meus pés sigam,
e não chego até o fim, porque sempre estou no meio.
Eu sou exatamente igual a você quando olho-me no espelho.
Ouço as mesmas coisas e vivo os mesmos dias desiguais.
O que difere é que sabemos quem somos.
O que magoa são aqueles que nunca compreendem.
É como caminhar em meio à multidão e sentir-se esbarrada sempre.
Sou conduzida a ficar vendo que todos passem,
e, alheia acompanhe sempre de lado, sempre a margem...
No meu tempo falho, desgastado e fugitivo, não há fendas.
Mas, me comove ser como sou.
Choro por qualquer motivo e sorrio por largas horas.
Aprendo o significado do bom e do ruim.
E vejo que preciso atar-me a alguns versos,
Pois eu preciso de você assim como preciso de mim.
O meu tudo não é pouco, mesmo aqui, a margem do que somos.
Dá-me tua mão para caminharmos juntos, nessa estranheza.
Equilíbrio de almas.
Correr de horas imprevistas.
Ombro amigo.
Amor que não se explica.
Necessidade plena.
Único remédio para uma doença que não existe.
Façamos do tempo nossa cura.
Façamos de nossas vidas um sempre.
Façamos de nós o que somos:
Nada mais que sentimentos.
Todos eles.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Presença

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas, teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos... É preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar, a trevo machucado,a folhas de alecrim desde há muito guardadas não se sabe por quem nalgum móvel antigo... Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janelae respirar-te, azul e luminosa, no ar. É preciso a saudade para eu sentir como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida... Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista que nunca te pareces com o teu retrato... E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!
[Mario Quintana]

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Hoje


Abro a porta e vejo:
Sol, nuvens, pássaros e um azul de um céu.
A minha vida se resume em mim.
Eu me faço não só do que sinto, mas do que sou.
E sou o que me permito:
Sol, nuvens, pássaros e o azul de um céu.

O tempo passa depressa demais quando se pensa nele.
Hoje realmente não é igual a ontem.
Amanhã quem sabe tudo muda.
Ser como sou, permite-me ter possibilidades.


-POESIA-

Amor não se acostuma.
Amor que se acostuma morre.
Dia sem sol não aviva flores.
Felicidade não pode ser só uma,
e ninguém vive uma vida sem amores.

[Jacque]


Fragmento IV do Guardador de Rebanhos, Fernando Pessoa:

Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz.
E por isso não erra e é comum e boa.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Amor de todo dia

Um amor quieto e simples, desses feitos de coisas pequenas,
não recorre a grandes pedidos e nem a impossíveis cenas.
Um colher de estrelas em noites cúmplices.
Um sorriso solto e um gesto breve.
Um beijo esperado, um sorriso de lado e um toque leve.

Amor se aprende todo dia,
para fazermos dele, nossa mais bela poesia.

Vida

Vida
Há muito o que ser escrito...


A quem siga vivendo de alegria ou agonia... Eu sigo vivendo da minha alegre e agonizante poesia.
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