segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Amor que não se explica




Em meio ao ritmo tocante desse peito tão clemente e submerso num mar de saudade.
Dói-me ao passo que sana esta alma, que não sabe de qual sorriso a lágrima verteu.
E se amar além de qualquer razão faz-me crer que isso que sinto é deveras felicidade,
Abandono aqui, mais uma vez, alguns versos desmedidos, pra que tu saibas que doeu.

Que seja em versos ou prosa infinita, teus olhos irão saber que esteve em mim, o sofrimento.
A ti reneguei qualquer ato duvidoso, somente a ti dediquei o melhor e o pior de mim,
Pra que então, tu me conhecesses não em enigma, mas do que sou em meu sentimento.
E se há nessa vida algo que lhe juro ser verdade maior, é esse meu amor que não tem fim.


Não há com trazer o abandono ao meu peito, mesmo que diversas vezes, eu tente.
Já não tenho as posses da razão que me faria esquecer-te a qualquer ato impensado.
Não sei mais dizer-te das mensuras do que sinto, e tu, não sabes das que sente.
O que faremos ao longo? Temos uma estrada de tormentos, isso não há de ser negado.



Explica-te coração!
Como podes tu, ser tão audacioso paladino dessas coisas sem sentido?
- Sou uma confusão de sentidos, e, de ti só tenho tido -
Um amor que não há explicação.


domingo, 30 de agosto de 2009

De mim que sou assim


Respostas sobre mim:
Não sei.
Não entendo.
Não sou.
Morro de alegria quando estou sofrendo.
Sofro de felicidade quando estou amando.
Sou a complexidade mais simples.
Sou a simplicidade mais sânscrita.
Conheço-me tanto que me perdi em meio ao que sou.
Rio até sangrar.
Choro até sorrir.
Amo até odiar.
Odeio até amar.
Perguntas sobre mim:
...(?)
Formule-as.

De mim que sou assim, e não de outro jeito, agrada-me.

Certeza

Isto não é um ponto final, restam ainda muitas reticências.


O pior do ruim é quando o que parecia bom é ainda a nós dois, o mais interessante.
A grandiosidade desse nosso sentimento não pode ser carregada em pequenos vasos.
Nem ao menos o amor medido ou, julgado, ao passo de um pequeno instante.
Amor real não se mede, julga ou acaba. Nosso amor não é feito de meros acasos.

Tudo que vivemos não há de ser em vão, mesmo que isso me faça até sofrer.
Levo-te então, estes versos de agora, que tu e eu, tanto gostamos de fazer.
Tu não sabes o quão é doloroso não estar ao teu lado, e saber da tua escuridão.
E se por amor eu me calo e aceito, é porque, viver sem ti, a mim não há razão.

Se percorreres a escuridão, deixando a tua alma vagar por entre o mais triste padecer.
Estou contigo no pior dos caminhos e entendo até teu desentendido jeito de viver.
Lembre-se do que eu lhe digo: Tu precisas estar bem, senão, faço-me alma sofrida.
E jamais deixarei de amar-te, porque sei que tu és a única certeza que tenho na vida.


Amo-te.

Abraça-me nestes versos

Abraça-me. Tu vieste enfim, ao meu encontro. Deixe-me dizer-te das coisas minhas.
Deixe-me recolher o teu cabelo dos olhos, preciso olhar-te desse modo, outra vez.
Tu és minha vida. A vida que esperei por tantas vidas. Eu sabia que tu vinhas.
Estava escrito, jamais duvidei do teu regresso. Não deixei a mim, dominar-se a altivez.

Tu continuas linda! Digo-te agora, que não há por todas estas terras, beleza maior que a tua.
Estive a ver tantas paisagens, mas, nenhuma delas iguala-te ao teu traçado tão perfeito.
Saudades dominaram a minha alma. Chamei teu nome aos dias de sol e as noites de lua.
Clamei aos céus que tu regressasses a qualquer modo a este nunca desacreditado peito.

E os céus me ouviram, e aqui te trazem novamente a estes braços que te enlaçam.
Aconchega-te ao meu colo, como tantas vezes tu fizeste tão sublime e delicada.
E nesta escrita, rendemo-nos a estes doces versos, que a ti e a mim, agora se abraçam.
E dou-te os meus dias, pra que tu saibas, que nunca deixarás de ser, minha única amada.


Amo-te.

Por toda a eternidade




Desvencilho os acasos desta vida, e dos tempos, recebo a resposta do meu incansável pedir.
Agarrei-me em cada lauda e cada verso traçado, para que tu soubesses de mim, o quanto amo.
E nelas, deixei-te impresso aos olhos toda magnitude desse meu exagerado jeito de sentir.
Meu estado desgarrado de qualquer crença sobre o amor, hoje não me é mais soberano.

Faço-te meu bálsamo necessário. Tu és a razão de qualquer cura. De ti, refaço-me em vida.
E quando tu ecoas as palavras que tanto me aliviam, sinto-me nos braços de um anjo de luz.
Tu carregas no sorriso, minha necessidade de sorrir. Tu és a mim, a única saída.
Completamo-nos no que somos. Sou a tua loucura comedida e tu, a razão que me conduz.

Sigo tua senda por estes caminhos que o amor traça aos corações daqueles que esperam.
Não fugirei dos ventos que te trazem, nem deixarei que te leve de mim, a forte tempestade.
Cuidarei dos teus olhos verdes, que a mim, numa tarde de encantos maiores se fizeram.
E unidos ao que somos, deixaremos escrito o que está escrito por toda a eternidade.


Amo-te.

sábado, 29 de agosto de 2009

Desespero de quem escreve


Onde termina cada linha recomeça outro desespero.
Sou agora assombrada pelas palavras que desenterro.
Fragmentos completos da desordem métrica do erro.
Inútil é tudo isso que eu escrevo!

Vejo o talhe feito no papel pelo ruim da minha mão.
Ferida aberta que sangra da tinta que aos versos dão.
Condenei-me a viver nesta maldição.
Rima maldita! Não percebes minha sofreguidão?

Sem rima
Vou riscar qualquer papel
E alguns irão dizer que fiz poesia.



Sou um "eu" que não se habita




De que mundo seremos?
Toca-me a indiferença de tantos,
mas que se danem os que vivem a espreitar as minhas sandices.
Sou um "eu" que não se habita.

Não acho nenhuma casinha acolhedora pra minhas imperfeições.
Não aceito o desdém daqueles que fingem aceitar-me.
Saiam daqui! Subversivos abutres donos de sorrisos falsos.
Estranheza tamanha é esta minha alma banhada de razão.
Razão?
O que irão fazer com loucos como eu?
Irão queimar a minha pele? Calar-me?
Fogueira para ela!
Amordacem-na!
Diversas vezes serei levada a julgo.
Não irão me calar.
Enquanto o sangue flamejar nas veias,
Rasgarei os meus sentidos na escrita.
“Nada te pode salvar exceto a escrita”
Pobre de mim.
Endoideci de vez.
Talvez, vez ou outra.
Onde estão as rimas?
O último poema levou.
Preciso curar-me.
Sou racionalmente insana.
Sou um “eu” que não se habita.



quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um poema de amor


Sou a ti, fiel vassalo, desmedido apaixonado a jurar-te amor por toda vida.
Rondo-te como o ar que tu respiras, faço-te luz como sol que te cobre.
Espreito em deleite cada gesto de mão que tu fazes docemente distraída,
Sorrio ao largo, quando teus olhos respondem ao meu amor tão nobre.

Tu és aquela que em noites eu buscava nos meus oníricos de loucura.
És razão maior para que haja sopro de vida em meus dias desgarrados.
Tu és musa inspiradora dos pobres versos loucos de um poeta sem cura.
Tu serás a dona de todos os dias de minha vida que a ti estão guardados.

Irei cantar o amor em rimas tortas, tons errôneos ou sem nenhuma melodia.
Isso não importa, quero apenas que teus olhos saibam desse meu sentimento,
Pois nesse peito habita, a razão maior que move cada passo do amor que me guia,
Mesmo que caçoem os tolos não entendedores do que é amar sem entendimento.

No amor nada se entende, só vive-se dele todo dia, sem saber de mais nada.
É só no amor que encontramos a louca razão de existirmos nesta terra.
Sem amor, nenhum mortal caminha seguro ao longo dessa infinita estrada.
Sem o amor que sinto eu seria apenas mais um, que de não amar, somente erra.

Guarde os meus versos, tenha deste poeta, cada linha singela e desmedida.
Escrevo-te mil vezes se assim, preciso for, para que tu saibas desse delírio meu.
Seja em verso ou prosa, tu sempre irás saber que irei te amar por toda vida.
E de amar-te sou a rima que pulsa pra dizer-te desse amor que é todo teu.


Amo-te



terça-feira, 25 de agosto de 2009

Abaixo do flamboyant



A velha camisa de linho, detalhada de delicados cortes tão femininos, estava já puída pelo sovar das mãos, que tantas vezes a tocaram. No gesto de sempre, recolho-a junto ao peito, e, meu suspiro pesaroso, deixa-me não esquecer o teu cheiro que exala ainda tão intenso desta veste. Declino-me aos pés do leito, refaço-me de lembranças outras que não sejam a dos teus olhos diante aos meus. Nessa minha angústia desmedida, nada mais consome esta alma do que recordar da tua despedida.

Naquele dia de inverno cinzento não só pelas nuvens, mas pelo ecoar de tua frieza aparente, tu ausentavas qualquer sorriso de tua face. Tu nada mais eras, naquele momento, do que um movimento de olhos atentos aos ponteiros do relógio da estação que indicava friamente o tempo tão desejado por ti. Extinguia-se qualquer palavra, abraçava-nos um silêncio maior, mesmo com tantos dizeres de adeus que ouvíamos de outros, aos quais inveja-me saber que, mesmo com lágrimas nos olhos, despediam-se dos que amavam, porque eram também amados nessa hora.

Tu me pediste pra que eu não fosse ter contigo, pois, não gostavas de despedidas. Não pude atender ao teu pedido, teimei, pois, acreditava em tua desistência, e, ainda restava-me ao peito um sopro de esperança que levou meus pés até a ti. Pedi então, antes que o trem chegasse, que deixasse junto à mim algo teu, pra que em minha existência eu a recordasse. Tu já tinhas o preparo. Retiraste uma caixa de papel reforçado, delicada, estampada de flores e envolta num laço azul de fita. Tuas palavras de oferta, como se desse uma esmola a um errante das ruas, ainda eram a mim, as mais doces.

Cada uma delas, ecoadas de teus lábios, fazia-me recompor a esperança de pedir-me nem que fosse um último abraço. Não foi o feito. Não houve abraços. Não houve beijo, ou, aperto de mão. Apenas, entregaste a caixa, dizendo-me que, o que restava de ti, que poderia ainda ser ofertado, estava ali, acomodado dentro de um envelope, no bolso de uma camisa. Não pude deixar de reverenciar ainda um brilho nos teus olhos, que não se fez lágrima, mas, ao meu coração, se fez presente como um fio de incerta decisão.

O trem aproxima-se, tu afastas-te de mim e mistura-se aos tantos que acenam o adeus costumeiro. Num ímpeto, lanço-me a multidão, e meus olhos aflitos tentam em vão buscar-te uma última vez. Não há êxito, tu já não estavas mais ali. Viro-me, dou de costas para quem tanto meu coração pedia. É a última chamada, todos já estão acomodados, ainda sim, deixo-me levar pelos sentimentos contidos e mais uma vez, tento buscar teus olhos. Tu estás a me olhar pela janela. Não vejo nenhum sorriso e nenhum gesto de mão, somente o reclinado de cabeça igual ao que fizestes quando decidiu ir embora da minha vida.

A dor corta-me de todos os lados, lágrimas contidas, afogam-me em meu regresso para casa. Preciso saber o que deixaste em minha vida para que de ti eu não esquecesse. O caminho de volta, nunca fora tão dolorido. Meus suspiros fazem até da alma um peso, não me reconheço, apenas sei que deixei ir aquela que aos meus olhos fez-se única. Carrego a culpa de tê-la perdido, carrego a dor de duvidado de um amor jamais sentido.

Abro a caixa, e vejo, ainda lembro-me desta camisa, era a mesma que vestias quando a vi pela primeira vez, sentada tão em paz, abaixo do flamboyant carregado de flores que se misturavam ao carmim de teus lábios. O cheiro era o mesmo daquelas flores. O gesto que tu fazias, era o mesmo que fizeste ao escrever estas linhas que agora, percorro os olhos ariscos, pra saber se a este pobre apaixonado, ainda resta-lhe algum vestígio do nosso amor. Pude então sorrir. Depois de tudo, pude sorrir. Tu me deixas, assim, escrito:

“Ainda que meus olhos não derramem mais nenhuma lágrima, minhas mãos não acenem pra que tu saibas das saudades que sentirei, ainda sim, meu coração flameja pelo teu amor, ainda sim, irei levar comigo a esperança de tê-lo novamente. A necessária dor de agora, será minha companheira, tentarei em vão esquecer-te por todos os dias que não estiver ao teu lado. Fiques com esta minha lembrança, pois só assim, sei que terei o teu abraço todos dias. Peço-te que não me esqueças, pois de ti, jamais esquecerei. Partirei te amando, mesmo com a alma ferida, é preciso. Eu volto. Amo-te”.

Ela me ama. O que me resta a não ser esperar abaixo do flamboyant?

Perdoa-me



Nefasto cair de tarde onde minha solidez amargurada faz-me companheira.
Árvores velhas e flores murchas a mim nada causam estranheza.
Sou agora linear figura desconcertante que caminha nessa hora derradeira.
Pesa-me as malditas culpas entrelaçadas aos meus ares de tristeza.

Encosto-me junto ao carvalho cicatrizado pelos anos, e que agora recolhe este pranto.
Curvo-me diante da melancolia, choro pela tua falta que a mim fez-se inferno.
Um revoar de pombas brancas levanta-me o semblante e retira-me o triste manto.
Ainda a amo. Só a ti meus dias são entregues. Só a ti o meu amor será eterno.

Espero a hora breve, olhando as pombas a dizer-te em revoada, de todo o amor que tenho.
E aqui te escrevo, diante dessas paisagens e aos pés dessas árvores solitárias e antigas.
Escreverei, rogarei aos céus se for preciso, pra que de mim, tu não faças mais desdenho.

Cubra-me novamente com teus olhos, perdoa-me sem dizer-me a palavra tão sofrida.
Não digas adeus novamente, não me deixes nesse impiedoso árduo sofrimento.
Sem ti, em mim habita tão somente o padecimento. Sem ti, eu não sei o que é vida.

domingo, 23 de agosto de 2009

Chuva de saudade





Chora o céu ao toque desses nimbos. Cheiro de terra molhada. Amor da roça.
Escorre por estas matas, dando vida aos olhos deste que tanto ama.
Toca a orquídea perfumosa e faz-me pensar no amor dessa moça.
Lava esta minha saudade e traga-me ao peito quem tanto ele chama.

Junto à chuva que reluz ao cruzar o espaço iluminado pelos raios do poente,
Emparelho as gotas e faço delas um coração pra dizer desse sentimento meu.
E nesse meu jeito de sentir,
Vejo a chuva cair,
Lendo os versos que a mim, ela prometeu:



Chuva que cai lá fora e deixa o cheiro de terra molhada,
Leva a ele estes versos de saudade desta poetisa mais amada.

sábado, 22 de agosto de 2009

Sentimento vil



Fita o nada está tua inquietude desolada das incertezas que te dominam.
Tu estás à porta em ameaça ao desconhecido erro que te espera.
Não sabendo do que penas, faz-se estático vulto ao mistério que fascina.
Tu cairás às fendas. Prepara-te ao infortúnio que a ti mesmo, assim, fizera.

Sabes tu das dúvidas? Benévola é a tua vontade, porém, ela jamais te cura.
Domina-te a descrença, em teu peito habita tão só, o sentimento vil.
E o que é visto ao longo como sendo o mais puro, tão somente é falsa jura.
Desatastes todas as dores que te açoitaram, e, nem assim, amor sentiu.

Teu ingênuo querer, não me encanta aos olhos. Tu malicias na falsidade.
E continuarás jurando amor a outro coração, sem nenhuma piedade.

Inventando outros versos


Inventando outros versos, direi que padeço mais que qualquer outro nessa hora.
Tenho um sofrimento que sufoca, e aos poucos, a minha razão devora.

Eu preciso que tu saibas dos meus sentimentos que são teus.
Direi aqui, o que só nós sabemos, através desses versos meus.

Sempre a tristeza de um poeta será uma alegria desmedida.
Ele ri da amargura e abraça a dor, como melhor e única amiga.
Deixem que murmurem sentimentos de pena, de razão maior ele se cobre.
Alheio escreve tanto, que, quando percebe, já não há ninguém que sobre.
Digo que um poeta não é sozinho! Está rodeado de “nenhuns presentes”.
Usa as palavras, e, astuto que é, faz “muitos ausentes”.
Amargura de poeta é levada a sério até demais.
Só mesmo quem o ler de trás pra frente, entender será capaz.







sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Do que eu sei


De mim que sou assim.
E não de outro jeito.
Agrada-me.


Do negro dos teus olhos ao ondulado sutil dos teus cabelos,
Tens o cheiro da fruta silvestre. Doce amora.

Teu desenho é simples como as pequenas folhas
e o descompasso traço da açucena.

Tua boca viçosa adere ao capricho do meu beijo.
Tuas palavras queimam-me a alma.

O teu amor é doce razão da minha existencia.
O meu amor é tua verdade absoluta.





Entender?
Desista.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Fome

“A palavra não me sacia. Escrevo como se morresse de fome todo dia”.

[Jacque]

Condenados



Escreva, o sol tarda ainda.
Não fujas jamais ao desengano.


O que fizestes por todos estes dias a finco de menosprezar o que te move?
Eis aí o teu castigo! Não renegue teus olhos do soturno da minha vinda.
Irás abraçar a esta escrita como quem em despedida agarra-se ao que morre,
e saberás desta tua paga inconstante que nunca finda.

Esconderás aos olhos alheios essa tua tênues que teima em suscitar?
Tu és dona destas palavras. Encoraje-as, sopre vida nestas linhas que imploram.
Carregue para sempre a culpa dos desafortunados que não ousaram arriscar.
Eternamente escreva aos olhos daqueles que as tuas palavras ignoram.

Essa é a tua pena. Condenada ao lirismo desmedido de quem ama sem nada esperar.
E nessa eventualidade que tu pensas existir, saberás em breve, que nada é em vão.
E não penses que aqui feneces as ultima linhas desse teu jeito de amar.
E nesta poesia tu revelas que um amor não é fugaz, quando há nele uma razão.

Seremos condenados eternos a estas palavras que são a razão do nosso escrever.
Nunca pensastes nas razões as quais tu choras quando escreves sem saber?
Nunca pensastes nas razões que levam tuas mãos a desordenar o tempo ?
Tu és o verso que pulsa e jamais destas tuas linhas debalde será teu sentimento.

Eleve os olhos ao brilho deste sol que desnuda a madrugada fria e companheira,
E saibas que tua escrita dá vida a este peito desolado que em tua mão segura.
Não te aflijas, já foi dito. Tu escreves o que sentes, e não de outra maneira.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Desmedido verso meu


Eu poderia fazer uma poesia,
de coraçõezinhos caindo sobre mim.
Faltam-me palavras, serei breve.
Triste dor que não tem fim.
Triste dor de quem escreve.


Sentido?
Não, nada tenho sentido.

Tenho agora um verso desmedido

O que me deu?
Nada.

Nada aconteceu.




terça-feira, 18 de agosto de 2009

Aqui em cima não há rima



Erra esta linha, palavra minha! Não quero poetar.
Nem rimar nada com coisa alguma.
Não irá meu pensamento dominar,
Porque aqui, não deixarei rima nenhuma.

É fácil livrar-me de ti, rima maldita.
Vês!? Tu nem aqui, cabes de tão absoluta.
Mesmo quem te lê não acredita,
Que ao fim, sou eu quem vence a luta.

Ah! Lutar com palavras faz-me dó.
Eu as engano. Vejam só:

Eu não sou poeta, e isso aqui, nem é poesia.
Não escrevo nada.
Até porque nem poderia,
pois, não aceito, nenhuma palavra algemada.

Rimar é complicado. Um poeta é um ser doente.
E a mim, não vejo nada de inconseqüente,
tentar provar à todos que poesia é o mal dessa gente.

Ao fim, venço a luta com as palavras que pensam dominar-me por inteira.
Nem fiz um sequer verso, e nem ao longo dessa escrita rimei. Assim, eu disse.
Agora, deixo a prova dos olhos dos que leram. Fiz eu, rima verdadeira?
Não. E nem faria, a menos, que um poeta me pedisse.


Venci. Tenho esse costume. Não me entrego.
Disse que não rimaria. Isso, eu não nego.
Poeta é tão doido, que de doido se faz cego.

Em prosa, escrevo-te sobre a rosa


As rosas estavam no mesmo lugar, num vaso antigo de cristal polido de um ligeiro desgaste feito pelo tempo. Nunca havia colocado flores neste vaso. Pensei quieta, encostada no canto da janela olhando a chuva que caia tranqüila e demorada. Agora era rotineiro, chuva e rosas novas a cada dia. Junto a tudo isso, teu amor em meu peito. Espero-te na janela embasada pelo calor do meu hálito que expressa a saudade que tenho aliada nessa hora. Mesmo tu não estando comigo agora, posso recordar cada momento de tudo o que somos. Tu és a essência maior que move estes meus sentidos.

Se choro copiosa a tua espera, se escrevo todos os versos de agora, é porque sei do teu regresso. Não há alvorada que se finde sem que eu estime a tua volta. Não há chuva que chore mais do que estes meus olhos que são teus. Todos os dias faço o que tu tanto me pedes, troco as rosas, e se houver chuva, lanço mão de uma pela janela e deixo que os pingos a beijem delicadamente, assim como tu fazes comigo. Saudade me faz ainda mais devota de ti, e de tudo o que esse nosso amor nos faz.

Existo em ti e em ti e faço-me sempre mais. Sou sempre melhor contigo. Quando sinto teu leve toque singelo em meu corpo, tua procura insana por meus lábios, teu valsar de mãos pelos meus cabelos e toda a vontade que expressa estes teus olhos, deixo-me entregue ao que não se explica nem em verso ou prosa destas linhas. No rubor da minha face e na púrpura de cada rosa, tu vês em meus olhos, o quanto te desejo e espero-te pelo necessário tempo que for. Estar em teus braços, é ter a mais insensata definição do que é a razão. Não há como não enlouquecer junto a ti. Não há como não amar-te por inteiro. Espero-te sempre, para fazer comigo, o que fazem os pingos de chuva, que caem e deslizam por esta rosa de forma macia e única. Amo-te, assim, desse jeito só nosso.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Inegável estranheza poética de quem ama



O que é estranho aos vossos olhos, a mim, é tão entendido saber.
Palavras soltas ou presas a fios inventados, jamais cairão no desuso.
Há os que lêem sem entendimento, e os que esperam entender.
Não menosprezo esta escrita, pois, dela faz-se a razão do meu abuso.

Tu tens medo das palavras? Tenha. Elas são um amontoado de armadilhas.
Avançam a linha da sanidade isolando de ti, a razão a qual acreditar.
Loucura de poeta, acreditar que pode sobreviver sozinho nestas ilhas.
Bem sabe ele, que a palavra que faz sorrir, também mata de tristeza, ódio e pesar.

Inegável estranheza render-se a meros versos, nada mais que nada eles são.
É tão fácil amarrá-los, porém, tão difícil entendê-los aos olhos superficiais.
Como entender a cabeça de um poeta, sem nem mesmo ele tem razão?
Ser refém e carrasco da escrita é pertencer a um mundo que nem existe mais.

No mundo da poética, onde o ódio e o amor caminham em parelha servil.
Onde o tempo não é tempo e de passado vive-se agora, neste instante.
Onde a tristeza é bem mais triste e o julgo de quem lê, é sempre o mais hostil.
Mundo de ilusões, ou, mundo real iludido, diz esta escrita, por vezes, tão errante.

Farão entendimentos tantos, bem sei, comove-me a intenção de sabererem de tudo.
Pois, digo-lhe que tudo o que meus estranhos versos mais querem nesta vida,
é que todos saibam ,que grito o amor aos quatro ventos, num som ainda mudo.
Mesmo que as palavras passem, irá ficar pra sempre, este amor maior e sem medida.



Ninguém jamais irá escrever de amor se não sentir o amor de verdade. Escrevo é porque amo, se amo , é porque está escrito.

Ruídos do tempo



Tu és tão linda, como a manhã onde as áleas são beijadas pelo sol de todo dia.
Em teu caminho o vento graceja faceiro, pelo branco organdi do teu vestido.
Naquele tempo, o despendido dos teus pés era a mim a perfeição da melodia.
Vejo-te, mas não a tenho a este meu peito que agora sufoca um triste alarido.

Não pude tocar-te neste meu tempo. Não tive teu seio junto ao meu peito.
Fez-me sofredor esta tua ausência. Teu ósculo, aos meus lábios não chegaram.
Ruídos do tempo que te trouxe tantas vezes, agora, som de saudade tem se feito.
Sou um lamento de penitência, sou a dor das ruínas de Arcádia que cederam.

Ouço os túrbidos dessas dores piores que os ferimentos de um cardo espinhoso.
Há pressa em encontrar-te noutros mundos. Afasto toda e qualquer bruma aparente.
Espero-te à existência eterna, deixando-te aqui, de mim, cada verso doloroso,
E desse peito, tu terás ao longo dessa espera, o amor que ninguém mais sente.

domingo, 16 de agosto de 2009

Campo de flores




Sigo os ramos entrelaçados das flores que teus pés pisam até a mim.
Nestes distantes campos largos, verdejantes tapetes ao sol dessa estação.
Aproxima-te, alma minha, toca estas criações em cores com a tua suave mão,
e, junto a estas flores tua pele pálida emana, este teu cheiro de jasmim.

Nestas paisagens que ao longo viajamos, tu és a flor mais perfumosa e bonita.
Flutuando tuas vestes claras pelos campos nestes tempos a procura de um lugar.
Ao longe, o peito deste poeta, destoa ao passo que cura-se da saudade infinita,
E em meus braços, envolvida em flores, terei quem há tanto espero para amar.

Alma minha, tu és ninfa desses Elíseos campos onde o amor eterno não demora.
Junto a mim,tenho o que tanto esperei e o tempo guardião das histórias, prometeu.
E ver-te serena arrumando o desarranjo do cabelo, beijado pelo vento dessa hora,
faz meus olhos testemunharem, que abaixo deste céu, não há amor maior que o meu.

Um amor maior que o tempo e o infinito, jamais vencido ao desenlace terreno.
Junto aos campos e as flores debaixo ao divino céu celeste que perdura,
entrelaçamos nossas vidas, todas elas vividas do guiado amor supremo,
e venho a ti amada, dizer-te, que desses versos, também não faço usura.

Repouses dessa viagem, e sempre saibas, que aqui, em meu colo seguro,
Através das mãos dessa escrita, te encontrar, eu sempre venho.
Faz morada em meu peito, porque sempre irei amar-te, eu lhe juro.
E mostrar-te, que toda beleza das flores, é ínfima, diante ao amor que tenho.

sábado, 15 de agosto de 2009

Não há fim



Ressoa aos ouvidos o som mais pleno e puro.
Toque-me em ti, somos dois, um coração insano.
Acalenta-me ao colo que por toda vida eu lhe juro:
Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo...

De mais amor e mais amor se tenha feito todos os escritos.
Exagero dos mortais dizer que de amor não vive todo dia.
Saibam todos: É de amor que se vive os instantes mais bonitos,
É só de amor que se morre de alegria.

Não há usura, nestes tão sinceros versos meus.
É da alma que eclode cada linha amarrada de sentimento.
É do que vejo e sinto quando tenho em mim os olhos teus.
Que cada alínea aqui traçada é de amor e não de lamento.

Só tu e eu, entendemos como esse amor há de ser.
Assim, quieto em meu colo, pedindo a mim, somente a mim,
um afago, um gesto inesperado e um carinho sem nada a dizer.
Não há palavras. Não há tempo. Nosso amor não há de ter um fim.

Não há fim quando o amor encontra o seu recomeço.
Não há fim quando deixamos de estar em nós.
Não há fim quando antes de ti eu adormeço.
Não há fim quando achaste tu, que estava a sós.

Quem sou ela?



Sou começo meio assim...
Quem sou ela?
Eu tento a todo custo entender o mal que acontece.
Tento ver acima da virtude e pensamento,
Pois se existe em mim algo que padece
Seria do bem e o mal que eu sustento.
Pra mim, é inevitável não pensar.
Meu pensamento é bem mais que uma sensação
Se eu teimo em dizer-te sobre ele,
É pra acreditar que tenho uma falsa razão.
Que poeta não escreveria o mal e o bem?
Mesmo ele sendo de todo incerto?
Mesmo ele sabendo dos defeitos que tem?
E se mais tarde me arrepender dessas palavras,
Irei deixar aqui, escrito que calar-me, não convém.


Não sei quem sou.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ode ao arrependimento




Carrega pelas tuas andanças esse peso infame que te açoita a cada dia.
Palavra suja da nódoa da velha culpa que pesa aos teus ombros curvos.
Desespero maior que te acompanhas comendo-lhe a tua carne fria.
Defeito exato que jamais sairá da falsa nitidez destes teus olhos turvos.

Restrinja o sol das tuas janelas e evoque qualquer antiga prece.
Retraia-se no canto mais escuro e chore o lamento mor.
Engula do sal desse aguaceiro rito de tristeza que padece.
Sobreviva pra nunca esqueceres o que foi feito de pior.

Vivas pra saber de todo instante junto à tortura que te espera.
Vista-se com os mantos velhos e deite-se no teu calvário escolhido.
Foi esta a sina que escolhestes, não pense ser isso uma quimera.
É real vivente dor que lhe corta o sustento amargo e sofrido.

Vire-se e olhe para trás, de longe enxergarás ainda a réstia de alegria.
Lembrarás daqueles profundos olhos que a ti, amor nunca faltava.
Sentirás no peito que nem vida dá ao triste passo que te guia.
Sofrerás para sempre a dor de ter perdido aquela que tanto te amava.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A inocência do caminho




Teus pés seguem livres da clausura melancolia.
E um bem maior reclina-se a beira do caminho.
Oferece-lhe a mão a espera da longa estrada vazia,
E segue contigo pra não mais andar sozinho.

Inocente caminho pela frente avistado.
Delírio de uma vida longa a que te espera.
Que sorriu quando passaste apressado,
mesmo assim, sabendo de ti o que já era.

Foi andarilho de tantas rotas errantes.
Calçou o chão de hostis estradas enganosas.
Chorou no mesmo caminho de antes,
Sofrendo das dores mais penosas.

Subtraíram os doces olhos da tua inocência.
Enquanto caminhavas sem olhar as pequenas imperfeições.
Procurando viver alheio a tua mordaz displicência.
Vivendo tão somente de tristes recordações.

Segue agora o inocente traçado puro a tua frente.
Acompanha os passos dessa que segura a tua mão.
Segue por amor junto a quem teu peito sente.
Caminhe só na estrada que escolher teu coração.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Continuo te amando



Não durmas
Escreva. Precisas escrever o que te peço.
Deixe aqui, impresso os versos.
Aos olhos dele. Precisa ser aos olhos dele.
Não te aflijas.

Encontrei uma razão maior e mãos que me fizeram chegar até a ti.
Leia estes versos:

Aposso-me desta pena por instantes.
Renego ao passo que aceito.
Percorro a branca folha de antes,
Pra dizer-lhe o que tenho cá, no peito.

Saudades corroem esta alma.
Vim de longe, pelos vales voando.
Vim na nuvem tranqüila e calma,
Pra dizer-te, que continuo te amando.

Fria estátua falsa


Mova-se na frieza do teu mármore alvo e gélido.
Retenha-se aos teus olhos estáticos.
Falsos olhos. Esmeraldas falsas.
Faça do teu sangue branco o teu veneno.
Tome o veneno do teu sangue.
Apodreça do amor inventado que te nutre.
Fique somente como objeto de curiosos olhares.
Tu não consegues ser mais do que estátua.
Bem sabes que teus pés nunca saem do lugar.
Coração de gelo, duro que derrete.
Derrete-se em lágrimas. Falsas lágrimas.
Tu serás sempre objeto de olhares curiosos.
Estátua posta num pedestal inatingível,
Um dia quebra-se.



À
Mario Sá Carneiro

terça-feira, 11 de agosto de 2009

É poesia! Assim, ela dizia.




A lua é tua.
Roubei a lua para ela. Cometi um crime em troca de um sorriso.
E sempre valeu a pena, cada ato criminoso.
Roubei os beijos e as flores. Isso ainda é loucura pouca.
Gérberas grenás, rosas vermelhas, o lírio mais cheiroso.
Vermelho, vinho, carmim da tua boca.
É poesia!
Assim, ela dizia.
Eu já sabia. Sou réu confesso.
Condenado a viver sob a pena de amar-te de verdade.
Nunca deixes de fazer então, o que eu te peço.
Ama-me para sempre, por toda eternidade.
É poesia!
Assim, ela dizia.

domingo, 9 de agosto de 2009

sábado, 8 de agosto de 2009

Pecado/versos/Culpa




- Pecado-
Lascivos vínculos desdenham infelizes lembranças.
Impuro sacrilégio, fascínio desmedido de dores.
TE CALLAS! sin la santidad de su cuerpo, usted no es nada.


-Versos-
Arremessa a seta de volta. Corazón, alvo certo.
Não há entendimento.
Há sentido.
Sentimento.


- Culpa –
Estranheza causa estranheza. Dito já um dia, ainda:
Paga pena inconstante nunca finda.
Nunca finda.



-Eterno lamento eterno-

Fim de tudo. Começo de nada

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Angel




Num tempo esquecido, perdido em meio às paisagens desses meus olhos pueris, avistei-te descansando por entre as macieiras. Os raios de sol rompiam o entrelaçado das copas carregadas de róseas, alvas flores, que exalavam por todo bosque um aroma único. Tu eras aos olhos, a visão mais encantadora, doce e terna que nenhum apaixonado artista poderia pintar ou esculpir. Eras o belo em toda a sua essência. Tu dormias. Fiquei a te observar por entre os arbustos menores que me eram cúmplices naquele momento. Tu se mexias, como se sonhasse voando entre a maciez das nuvens desse mesmo céu , manto celeste, tua morada, de onde tu vieste. De repente, virastes do outro lado, deixando-me a vista o que os meus olhos jamais poderiam imaginar testemunhar. Vi as tuas asas, encolhidas junto ao teu dorso, aquecendo-te como num abraço. Um anjo do céu, dormindo a semelha, de um anjo do céu. Aproximei-me, e, provei aos meus olhos que duvidavam da tua presença, que estava ali, debaixo da macieira, a personificação desses seres alados. Perdi-me das coisas, ao fitá-lo, assim, tão manso e doce a respirar como se pairasse entre flores novas. Fiquei a observar-te por não sei que tempo, pois se de mim, já o era perdido, agora nem sentido fazia em encontrá-lo. Num movimento leve, que me fez esconder-se novamente, tu abres os olhos, e vejo, por fim, porque meus pés me trouxeram até a ti. Teus olhos, expressão maior do encanto, primórdio do equilíbrio entre os céus e terra, mistura de âmbares e esmeraldas, matiz única jamais vista, porém, já me eram conhecidos. Tu sorriste ao despertar, e todo sentido fez-se agora no vento, nuvens, verdes e flores... Teu sorriso tudo era. Anjo, por que escondestes tuas asas? Desprevenido, repousando, pude então vê-las, eram as mesmas as quais eu sentia, quando tantas vezes roguei-te ao meu lado. Voa, deixa aqui, o teu segredo guardado em meu peito. Tu me fizeste crer, mesmo que jamais aos meus olhos te mostrastes como anjo. Eu sempre soube, pois só um anjo pode levar-nos ao céu, sem nos tirar os pés do chão.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Ausência




Do alto infinito ermo caminho dessa minha existência,
calcei os pés da úmida terra acolhedora da lágrima minha.
E mesmo num quebranto de lamentos, apeguei-me na ausência,
pois, já não me era vida viver o que eu não tinha.

Sobre os vastos infortúnios vividos ao longo da vida,
poderio maior me fez a falta do que fui um dia.
E a lembrança faminta que dilacera como ferida,
impiedosa, rouba-me as horas de alegria.

A mesma lembrança chega na hora derradeira.
Volto ao que deixei, e a tudo o que vivi naquele tempo.
Tua não presença, agora, não é metade, é inteira.
Tenho junto a mim, meu mais vívido pensamento.

Como prometestes um dia sem demora,
Pertencer a este coração que tanto amor no peito sente.
E assim, de viver-te, tenho vivido a cada hora,
pois a tua ausência, jamais te fez ausente.




A ausência não é a falta.*

Ao coração





Frágil coração desatado compasso que te tocas.
Do fim do meio e começo meio torto,
Tu carregas tanto, e o tanto te sufoca.
Mas não será de mim a pena de um morto.

Tu és coração altivo tanto fácil desgarrado.
Nobre companheiro, velhaco amigo.
E nesse pobre peito apaixonado,
Chora e sorri, mesmo que de castigo.

Onde fostes àquelas horas, quando do meu peito tu fugias?
Responde assim, um coração não entendido:
-Batia as portas do desespero, subia aos céus das alegrias,
seguia aos amores que eu tenho, amava mesmo que ferido.

Tenho, porque tenho coração, doce manto de carmim.
E aqui esquerdo, cheio do sentimento meu.
Destoa, em versos o melhor que sou de mim,
E bate, vive e sofre pelo amor que é todo teu.

Vivente pulsa o sangue vida em minhas veias.
Sopro de saudade que soa ao passar de cada hora.
Amarrado, seguro e preso na paixão de tuas teias.
Sou alegre alma que vaga pelos dias de agora.

Ama coração! Tu mesmo de amor maior se tenhas feito.
E de amar, tu serás eterno menino a procura de carinho.
E mesmo que sofras nesse meu peito,
Tu já não mais viverás em desalinho.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O amor e o tempo





Descri de todas as formas rotineiras. Os dias e as horas, não são como antes.
E aqui, onde predomina o vento, creio na áurea cativa que toca a minha face.
Sorrio, e assim, se faz a vida de tão breve e infinito instante.
Amo-te, e as vezes, ouço como se cada flor à mim falasse.

E as nuvens movem-se ligeiras num celeste céu que cisma em sorrir ao que sou.
O entardecer lento e o quedar do sol, desenham o teu sorriso cativo.
Uma púrpura gasta, ata-se as asas daquele pássaro que ao ninho retornou.
O tempo já não é igual. Desdobra-se nos quadrandes. Viver é viver o que vivo.

Desfeito o dia, abraça-me o luzir de estrelas. Candeias altas luminosas.
Noite de nobre encanto onde uma lua desponta a clarear o que tanto ousa.
E ao nosso tempo, caminharemos pelas pedras, duras e frias, mas preciosas.
E no espanto das certezas infinitas, sei que é o teu amor que em meu peito repousa.

Entender é trancar-se dentro da palavra *

Vida

Vida
Há muito o que ser escrito...


A quem siga vivendo de alegria ou agonia... Eu sigo vivendo da minha alegre e agonizante poesia.
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