quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Condenados



Escreva, o sol tarda ainda.
Não fujas jamais ao desengano.


O que fizestes por todos estes dias a finco de menosprezar o que te move?
Eis aí o teu castigo! Não renegue teus olhos do soturno da minha vinda.
Irás abraçar a esta escrita como quem em despedida agarra-se ao que morre,
e saberás desta tua paga inconstante que nunca finda.

Esconderás aos olhos alheios essa tua tênues que teima em suscitar?
Tu és dona destas palavras. Encoraje-as, sopre vida nestas linhas que imploram.
Carregue para sempre a culpa dos desafortunados que não ousaram arriscar.
Eternamente escreva aos olhos daqueles que as tuas palavras ignoram.

Essa é a tua pena. Condenada ao lirismo desmedido de quem ama sem nada esperar.
E nessa eventualidade que tu pensas existir, saberás em breve, que nada é em vão.
E não penses que aqui feneces as ultima linhas desse teu jeito de amar.
E nesta poesia tu revelas que um amor não é fugaz, quando há nele uma razão.

Seremos condenados eternos a estas palavras que são a razão do nosso escrever.
Nunca pensastes nas razões as quais tu choras quando escreves sem saber?
Nunca pensastes nas razões que levam tuas mãos a desordenar o tempo ?
Tu és o verso que pulsa e jamais destas tuas linhas debalde será teu sentimento.

Eleve os olhos ao brilho deste sol que desnuda a madrugada fria e companheira,
E saibas que tua escrita dá vida a este peito desolado que em tua mão segura.
Não te aflijas, já foi dito. Tu escreves o que sentes, e não de outra maneira.

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A quem siga vivendo de alegria ou agonia... Eu sigo vivendo da minha alegre e agonizante poesia.
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