sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ode ao arrependimento




Carrega pelas tuas andanças esse peso infame que te açoita a cada dia.
Palavra suja da nódoa da velha culpa que pesa aos teus ombros curvos.
Desespero maior que te acompanhas comendo-lhe a tua carne fria.
Defeito exato que jamais sairá da falsa nitidez destes teus olhos turvos.

Restrinja o sol das tuas janelas e evoque qualquer antiga prece.
Retraia-se no canto mais escuro e chore o lamento mor.
Engula do sal desse aguaceiro rito de tristeza que padece.
Sobreviva pra nunca esqueceres o que foi feito de pior.

Vivas pra saber de todo instante junto à tortura que te espera.
Vista-se com os mantos velhos e deite-se no teu calvário escolhido.
Foi esta a sina que escolhestes, não pense ser isso uma quimera.
É real vivente dor que lhe corta o sustento amargo e sofrido.

Vire-se e olhe para trás, de longe enxergarás ainda a réstia de alegria.
Lembrarás daqueles profundos olhos que a ti, amor nunca faltava.
Sentirás no peito que nem vida dá ao triste passo que te guia.
Sofrerás para sempre a dor de ter perdido aquela que tanto te amava.

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A quem siga vivendo de alegria ou agonia... Eu sigo vivendo da minha alegre e agonizante poesia.
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