
Do alto infinito ermo caminho dessa minha existência,
calcei os pés da úmida terra acolhedora da lágrima minha.
E mesmo num quebranto de lamentos, apeguei-me na ausência,
pois, já não me era vida viver o que eu não tinha.
Sobre os vastos infortúnios vividos ao longo da vida,
poderio maior me fez a falta do que fui um dia.
E a lembrança faminta que dilacera como ferida,
impiedosa, rouba-me as horas de alegria.
A mesma lembrança chega na hora derradeira.
Volto ao que deixei, e a tudo o que vivi naquele tempo.
Tua não presença, agora, não é metade, é inteira.
Tenho junto a mim, meu mais vívido pensamento.
Como prometestes um dia sem demora,
Pertencer a este coração que tanto amor no peito sente.
E assim, de viver-te, tenho vivido a cada hora,
pois a tua ausência, jamais te fez ausente.
A ausência não é a falta.*
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