terça-feira, 5 de maio de 2009

Grito mudo


Perdi-me nas diversas imperfeições do que tenho me tornado.
Jazo-me aqui, só, na porta da minha vida inconstante.
Eu nada quis de nada, nem saber o que há do outro lado.
E assim, fico à espera do que um dia eu fui antes.

Dói-me saber que posso dormir e não esquecer.
E de que amanhã é mais um dia a ser somado.
Não sei. Eu realmente não sei o que é viver.
Tenho feito de mim um simples caso errado.

Eu sempre quis saber sobre o que é viver e chorar menos.
Pois já cai no desuso do sorriso que já nem sei se tenho.

Eu sei que sinto, mas não sei se é assim o que vivo.
Faltam-me as alegrias que ficaram perdidas no caminho.
Tenho que agora, regressar sem nunca ter ao menos ido.
Preciso de forças para acertar meu desalinho.

Talvez eu abra a porta e encontre o que procuro nisso tudo,
mesmo sabendo o que irei encontrar. Eu sempre soube.
O que me resta é deixar de ser esse caso mudo
e gritar tudo que nesse peito nunca coube.


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A quem siga vivendo de alegria ou agonia... Eu sigo vivendo da minha alegre e agonizante poesia.
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