
Tenho estado em poesia.
Infinitamente finita.
Impossivelmente possível.
Idéia minha, grave ou tardia,
De um sentido sofrível,
Externo, e não meu.
Sou eu nesse estado mármore frio.
Sou eu nesse estado poético.
Sou eu observando o riso patético.
Sou eu vendo luz em lugar sombrio.
Vez após vez, respiro a fecunda rima.
Desgarro do silêncio num alarido só.
Mas, ninguém ouve aqui de cima,
A minha idéia embalada em dó.
É triste ser poeta nessa hora.
Quando a vida é efêmera, miúda e vazia.
É triste, eu sei, mas, isso logo vai embora,
Com o romper da aurora de um novo dia.
Deixo anônimo o sentimento.
E desconhecido por um tempo.
Um tempo breve como o sono de uma noite
Ou, a passagem de um repentino vento.
Sim, é breve.
Horas, dias, anos, dores...
E os amores?
Esses, são pra sempre.
Esquecê-los, ninguém se atreve.
Então é melhor despir-me por enquanto.
Deixar o sorriso dominar o pranto
E ter o verso em estado de acalanto.
Áudio do poema
À Fabiane Paranhos, Angel e a todas as mulheres que jamais desistem da felicidade. Este poema é dedicado à mim que a cada dia aprende sobre pessoas. Este poema retrata tão só o sentimento da forma mais poética e verdadeira.