sábado, 20 de fevereiro de 2010

As palavras retornam porque sentem a minha falta


Eu sinto, por vezes, ignoro.
Faço-me calar, quem sabe.
Não sei por que escrevo.
Padeço da maldição da escrita.
Há um torpor da consciência.
Um desfalecer de rimas.
Quando a alma se fartou, havia respostas?
Meus pensamentos se embalam,
ao passo que se esbarram e
se confundem.
Eu escuto a alma que grita muda.
Olho os demais sempre a margem.
O que sou de fato, senão de mim uma miragem?
Ao longe me vejo.
Não queiram entender de poetas,
pois, os mesmos não se entendem.
Já não tenho mais pressa.
Encontrei olhos cativos.
Descobri minha paz que dorme agora.
Quando saio de mim e vago por aí,
olho as sobras dos outros e os exageros de mim.
Não há nada o que entender.
Só eu sei o que significa tudo daqui pra cima.
Ah, as palavras! Elas mesmas se confundem.
Brincam de esconder e depois se perdem.
Fico a mercê de todas elas como um vassalo.
Como uma princesa sem castelo.
Como um guerreiro sem espada.
Mas, sem elas, não sou nada.
Elas fazem promessas curtas,
e logo retornam a folha virgem.
Retornam a mim,
porque sentem a minha falta.



*Eu resolvi declamar esse poema. Já adianto, eu não faço isso bem,além do mais, estava chovendo. Mas, gravei, me deu vontade de fazer isso, achei que ficou mais ou menos e quis compartilhar. Aviso, eu sou mineira e o sotaque não nega, rs! Eu gostei muito desse poema, e isso, é raro de acontecer. Espero que gostem. Fiquem à vontade.


12 comentários:

  1. Entender a alma do poeta ninguém sabe.
    Um trecho que gosto muito:

    "Quem faz um poema abre uma janela.
    Respira, tu que estás numa cela abafada,
    esse ar que entra por ela.
    Por isso é que os poemas têm ritmo
    - para que possas profundamente respirar.
    Quem faz um poema salva um afogado."
    Mário Quintana

    Teu poema ficou lindo!

    Beijo!

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  2. Que lindo, Jacque... Achei uma graça você o declamando... e esse sotaque, hein?! Super familiar! rs.

    Lindo, lindo! Adorei essa idéia!

    Abraços.

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  3. Olá, antes de mais nada, parabéns pelo blog!
    E por acha-lo de muito bom gosto é que o/a convido a vir conhecer a proposta do meu Blog para você.

    Aguado sua visita!
    Forte abraço!

    Karina

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  4. ...
    [10, com três estrelinhas...rs]
    Que beleza...
    Beijos.
    ...

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  5. Esta alma doce que tens e encanta a todos nós. Lindas palavras, letras, vírgulas, pontos.....saempre lhe disse que admiro por demais tudo que vem de ti.
    Incontáveis abraços.

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  6. Ah, Ana! Eu gosto imenso dessa poesia! Tentar entender a alma dos poetas é o que dá sentido a poesia. Eu nem sei se sou mesmo poeta, mas, minha alma clama por versos... isso é fato.

    obrigada pelo carinho de sempre, minha linda!

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  7. Angel... tá bom, tá bom... vc achou uma graça, hehehehe... realmente é uma graça. Ah, sei lá, deu vontade de fazer uai! e foi feito, achei legal, é bom para as pessoas conhecerem um pouco da gente. Que bom que você gostou!

    Um beijo!

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  8. Palavras que falam por mim,

    Nossa adorei a sua idéia! Vou compartilhar, pode ter certeza! Ire mandar o email!

    Que bom que gostou do meu blog. É uma satisfação pra mim, saber que agrado.

    Um beijo!

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  9. Oi, Carlo! Que saudade! Bom ler seus comentário. Você é um fofo. Tenho lido seus últimos textos, e simplesmente me delicio com tamanho talento.

    Obrigada pelo carinho de sempre!

    Um beijo!

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  10. Este poema é dos mais bonitos que já li aqui. Beleza da excelente construção poética. Tudo abrilhantado pela sua recitação. Espectacular.

    Beijoooo

    PS.: Adorei o dobrar de língua nos R. Fofíssimo. :)

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  11. Achou fofíssimo! Ah, que lindo! Vamos dizer que é bem peculiar, rs! É meu amigo eu dobro mesmo e bem Forrrrrte! Hehehe!

    Ah, que bom que você gostou do poema, sinceramente, também gostei muitíssimo dele, pois surgiu num momento em que eu não me sentia nenhum pouco inspirada, então, as palavras vieram como se realmente sentissem a minha falta, rs! Coisa de poeta!

    Um beijooooooooooo, adoro vc!

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