terça-feira, 15 de setembro de 2009

Vício


Oscilo entre o descompasso dessas rimas desgraçadas.
Por que me meti a ser poeta? Antes tivesse as mãos atadas!

Mal de quem escreve.
Tormento que nunca é breve.

As palavras não me deixam sóbria. É maldade o que elas fazem.
Que faço eu com meu vício? Que agonia sem remédio!
Quando não é o amor, é o ódio, a alegria ou o tédio!
Não há saída, somente essas malditas escritas me satisfazem!

Malditas? Pobres palavras, só ganham vida ao meu querer.
Não posso culpá-las, de todo são tão lindas.
E para quem não entendeu ainda,
É porque não sabe o que é escrever.

Vício necessário que me salva de todo e qualquer mal.
Refúgio que procuro, pra dizer das coisas que sinto.
Que elas sejam meu tormento infernal,
Pois só um eu sei o que é beber desse absinto.

Ao passo que me tiram a razão, dão-me a paz que espero.
E assim, vou escrevendo, mesmo que seja sofrendo ou sorrindo,
pois, se meti a ser poeta, é porque outra coisa eu já não quero.





2 comentários:

  1. Mesmo o verme que devora as laudas amarelecidas pelo tempo, curva-se diante a praga do que é escrever. Melhor do que verme ou praga é saber que ainda existem poetas como você.
    Doa-te a escrita!

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  2. Amei este desabafo poético, também acho que escrever é um vício, acho até que escrevi algo sobre isso um dia.
    beijos

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O que sentiu sua alma?

Vida

Vida
Há muito o que ser escrito...


A quem siga vivendo de alegria ou agonia... Eu sigo vivendo da minha alegre e agonizante poesia.
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