domingo, 20 de dezembro de 2009

Amanhã quem sabe...

Eu sou como o rochedo esquecido que a onda bate e recebe aos poucos novas formas. Conforme as águas o tocam, seja de maneira calma ou enfurecida, ele apenas recebe, fazendo-se de forte e altivo. Assim, eu sou. Eu tenho uma necessidade contínua de extasiar-se. Eu preciso entorpecer-me de fúria e destinar meu tempo ao agrado de alguém. Eu preciso de um adeus, esquecimento ou qualquer outra coisa que me faça precisar mais uma vez de mim. Eu preciso dormir e viver em sonho toda essa confusão que me atormenta. Já nem sei quem sou quando meu “eu” foge por essas madrugadas a procura de um nada. Hoje sou o equilíbrio amanhã a desordem absoluta. Não posso mudar isso porque nada em mim realmente muda. Apenas ficamos com mudanças óbvias. Mudam-se as estações, as formas do rochedo e os sentimentos que nos movem. Hoje eu não destinei uma palavra amiga, nem um sorriso falso. Hoje, eu ainda não dormi o ontem que tanto me faz dizer da minha força. Eu sou mesmo uma antítese que se personifica, porque agora eu odeio com todas as minhas forças. Odeio tanto que meu sangue esquenta a ponta dos dedos enquanto meus pensamentos me fazem escrever qualquer coisa que ninguém entende, somente você. Eu brigo comigo só pra me magoar, pra que eu olhe no centro do espelho e diga: Vá, restitua-se! Você pode! Você sempre faz isso... Faça isso sozinha! Você só tem você e mais ninguém! Tem dias que eu não posso e nem quero... Dias em que o escuro do quarto é melhor que qualquer sol. Vou cultuar meu lado sombrio, que agora enlaça meus pensamentos, fazendo reviver mil vezes o grande erro que eu fui. Hoje eu sou o desequilíbrio, o errado; o desacerto; o ódio e o não entendimento. O prazo de estar bem esgotou-se , assim, do nada, sem nenhum motivo. Hoje eu não sei o que é amor. Eu não sei de nada. Eu quero apenas dormir, mesmo que não seja noite. Eu quero esquecer tudo, mesmo que eu jamais consiga. Hoje, mais uma vez eu quero dizer a mim mesma: “ Aceite as coisas como são, vá em frente. Continue fingindo, assim, os dias passam mais depressa.” Mas, infelizmente eu não consigo. Amanhã quem sabe...

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