sábado, 29 de agosto de 2009

Sou um "eu" que não se habita




De que mundo seremos?
Toca-me a indiferença de tantos,
mas que se danem os que vivem a espreitar as minhas sandices.
Sou um "eu" que não se habita.

Não acho nenhuma casinha acolhedora pra minhas imperfeições.
Não aceito o desdém daqueles que fingem aceitar-me.
Saiam daqui! Subversivos abutres donos de sorrisos falsos.
Estranheza tamanha é esta minha alma banhada de razão.
Razão?
O que irão fazer com loucos como eu?
Irão queimar a minha pele? Calar-me?
Fogueira para ela!
Amordacem-na!
Diversas vezes serei levada a julgo.
Não irão me calar.
Enquanto o sangue flamejar nas veias,
Rasgarei os meus sentidos na escrita.
“Nada te pode salvar exceto a escrita”
Pobre de mim.
Endoideci de vez.
Talvez, vez ou outra.
Onde estão as rimas?
O último poema levou.
Preciso curar-me.
Sou racionalmente insana.
Sou um “eu” que não se habita.



Um comentário:

  1. puts, que profundidade, que caminhada, esse texto me mostra muitas verdades em mim também, me caiu como uma luva, senti cada palavra lida, sinto os falsos ao meu redor, me sinto insano, sou criticado e julgado por isso, mas não pretendo me curar, quero viver doente como sou.. talvez a concepção de doença mude, mas se não mudar não me importo.. gostei muito mesmo deste texto..

    obs.: gostaria de publica-lo no site www.galhos.net ? ou no blog galhosnet.blogspot.com ?

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A quem siga vivendo de alegria ou agonia... Eu sigo vivendo da minha alegre e agonizante poesia.
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